Revolta
Há uma sombra distante que se move
Há um vento pulsante à nossa volta
Há um pranto. Porém, não me comove
Mas gera, no incauto, uma revolta.
Ora, se desde o sêmen vítreo
Da Gênese primária universal
Existe a mácula profana do delírio
E o laivo do pecado original
Como há de, ainda, um ser vivente
Surpreender-se com o pesar latente
Fiel comparsa desde o nascimento?!
A vida é revolta, é fúria desmedida
É impelir contra a injustiça recebida
Um brado fraco, que se desfaz no vento.
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