O coração de um sol que já não pulsa.
A vontade vazia de um jovem triste
Que não acorda, nem dorme – só existe.
O Escuro do quarto, a consciência avulsa.
Tudo… tudo o que há, a treva engole
E, pairando em frente aos meus medos
Flutuo, com pavor, como entre dedos,
Nas mãos magras desta mãe sem prole!
Ecoa, porém, em meu crânio sonolento
A energia caótica de um trôpego alento:
Da natureza, a força egoísta e falsa
Também tudo apanha, numa rede esparsa!
Ó noite de silêncio ininterrupto!
Converta-me num ser mais vivo
Preenchido do instinto mais lascivo
Tira-me o arbítrio de ser-ou-não corrupto…
Faça-me um mero bicho entregue à sorte
Neste chão frio em que não há morte
nem vitória, nem dor, nem
ganho…
Madrugada Universal dos sonhos meus,
Que não acaba, e nem mata os filhos teus
Deixa-me morrer em teu ventre estranho!
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