quinta-feira, 27 de agosto de 2020

O Segredo (Lux et umbra)

 Morre a tarde fúlgida em fulgurante

Chama. Rompe a notívaga penumbra...

Exausto da Luz, almejo a distante 

Infinitude cósmica, e a sombra. 


Que proclama a nós o astro-rei cansado?

Que anuncia a imensidão do anoitecer?

Diviso a treva, e meu olhar calado

Vê a elegia do Nada arremeter.


Pois o segredo jaz no céu sangrento.

Tudo fenece, destrói tudo o fado.

Lamenta inerme o vão furor do vento.                         


Rebela-se agitada a flor no prado.

No horizonte, Luz e Sombra: lento

Embate o mundo vê, desamparado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário