segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Apoteose em Lágrimas

 Seu corpo frágil elevou-se ao céu
Iluminado pela luz do luar
Numa apoteose deslumbrante e gloriosa
Iria embora, para não mais voltar

Olhar fixo em sua ascensão cintilante,
Divina, presa na própria revelação
Mistério noturno, alma flamejante
que se eleva em meio à escuridão

Envolta por um fulgor divino
Ilha de luz no mar obscuro
Banhada pelas graças do Destino
Glorificando seu espírito puro

Esplendorosa sapiência em si despertou
E a Verdade pode então contemplar
Sua mente clareada, a alma libertou
A si mesma conseguiu encontrar

Descobriu quem era, finalmente!
Mas não poderia na Terra morar
Seu rosto entristeceu novamente
Para o céu deveria flutuar...

Perscrutando-a pela última vez
Não pude deixar de relembrar           
das tardes em que passamos juntos
Observando a oscilação do mar

E antes de sua partida
Lançou-me um último olhar
Anjo divino, estrela renascida
Ao meu lado não poderia ficar.

Ela subia, suave e lentamente
Enquanto o fogo sagrado da emoção
Era apagado pela lágrima latente
Que gotejava em seu triste coração.

Um comentário: